Nesta segunda-feira (6), aconteceu a abertura da XIII Semana Legislativa. A primeira palestra promovida pela Câmara de Vereadores de Canguçu trouxe como tema a Reforma da Previdência e foi ministrada pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) Carlos Joel da Silva.
Durante a palestra, o presidente da FETAG destacou que a posição do órgão reconhece a necessidade de uma reforma na previdência, mas é contrária a forma como está sendo estruturada, desfavorecendo trabalhadores rurais.
Para Silva, a capitalização, uma das propostas para a reforma que funciona como uma poupança em que o contribuinte vai pagando e, a partir de uma determinada idade, pode ir retirando, mas somente o que contribuiu, favorece apenas os bancos e empresas privadas, pelo risco de quebra de um título.
O tempo de carência de atividade rural para a aposentadoria também foi pautado. Atualmente, são necessários 15 anos comprovados com documentos simples. Se a reforma for aprovada, o tempo para para 20 anos com comprovação pelo cruzamento de dados da base do governo.
Além dele, o Benefício Assistencial também é um ponto que preocupa a Federação. A reforma propõe oferecer o benefício somente a partir dos 70 anos. A idade mínima atualmente é para 65 anos.
“Com ela, muitos filhos de agricultores que possuem deficiência serão excluídos e perderão o benefício, pelo fator do patrimônio.” argumentou.
Outro ponto debatido na palestra foi o impacto na economia local e regional. Com uma redução no número de aposentados, o consumo diminuiria e, com o dinheiro girando menos, os repasses do governo federal também seriam reduzidos. O comércio sentiria o impacto e desemprego e falência seriam alguns dos reflexos dessa economia.
Para Silva, a previdência não é o ponto crítico da economia nacional, mas a causa pode estar atrelada ao pagamento de juros e amortização da dívida do Governo Federal.
“Nós não estamos quebrando a previdência. Nós contribuímos sob o custo da produção, pagando imposto sob implementos, vacinas e ferramentas. Pagamos imposto em tudo o que produzimos, sem saber se vamos colher, e se colhermos não saberemos se teremos compradores.”
Durante a apresentação, um dos exemplos para embasar seu argumento foi o relatório com os dados do Orçamento Federal Executado em 2018, onde o país comprometeu 24% do orçamento com a previdência e 40% com juros e amortizações de dívidas.
Um dos pontos chaves levantados para a re-organização das finanças públicas foi o combate a sonegação, aos privilégios e uma análise na forma que são liquidados os juros e as dívidas da federação.
SEMANA LEGISLATIVA ACONTECE ATÉ QUINTA
A semana se estende com programação de palestras até a quinta-feira (9), onde ocorrerá uma Sessão Solene de encerramento, com a entrega das honrarias.
Com exceção desta segunda-feira, todas as palestras acontecerão no Plenário da Câmara. A Semana legislativa é promovida anualmente pela casa, buscando aproximar a comunidade com o Poder Legislativo. A Programação deste ano inclui palestras com temas como a inclusão social, os perigos na internet, e o empreendedorismo.